música para dias felizes: "porque quem ama tem medo de perder".
criar laços requer tempo, dedicação, dá trabalho. destruí-los demora um segundo. basta um "não quero mais falar contigo", virar a cara, ignorar, não querer saber.
um dia, quem sabe, perceberás essa dor. à terceira vez achamos que custa menos. mas não...
hoje acordei com aquela sensação estranha, que não chega a ser nada até se materializar, de que alguma coisa se passava. são assim os dias tristes: dias aparentemente normais, de que nos queixamos frequentemente, mas de que sentimos falta quando o abalo chega.
saí de casa, por um triz não tive um acidente de carro, ali mesmo, na rotunda grande. fui tratar de burocracias chatas, daquelas coisas sem nexo que nos fazem sentir que ser adulto às vezes é uma chatice. duas horas perdidas entre filas de espera, telefonemas, papéis. resolvido.
até que um telefonema muda tudo. a nós, apenas na cabeça. para ela, no coração, na vida. é quando paramos um pouco, respiramos e vemos que não somos nada. que perdemos demasiado tempo. que não somos quem queremos, não estamos com quem gostaríamos. dizemos poucas vezes "gosto de ti". vivemos contra nós. sobrevivemos. para no fim não haver nada. só vazio.
hoje é um dia assim, triste. mais um. que vai passar.
há sempre dois caminhos. um que conhecemos, que percorremos todos os dias de olhos fechados, sem surpresa, reconhecendo cada recanto, antecipando cada som, pelo meio dos prédios que já sabemos de cor, sem cor, sem vida, sem nada que nos reinvente.
há outro, normalmente junto ao mar, mais longo, mais difícil de percorrer, porque o que é novo assusta, tira-nos o sono, agita-nos os dias. é nele que redescobrimos que o céu é azul, que o momento mais bonito do dia é aquele em que o sol se põe lá longe. e é ele que nos faz querer despertar, procurar mais, sentir mais, conhecer mais.
é quase sempre mais fácil ficar do que partir. caminhar pelo seguro, pelo que conhecemos, pelo que é esperado.
mas no caminho, nesse caminho que percorremos só por hábito e que perdeu a magia de outros tempos, perdemos muito. perdemos essencialmente a oportunidade de saber o que a vida guardou para nós. e o momento de sermos felizes.
se eu fosse lamecha, comovia-me com este vídeo e esta música.
voltar. esquecer. pensar, pensar muito. e ao cair da noite riscar mais um dia no calendário. mais um dia que passou e em que a vida seguiu sem história. adormecer com a esperança de que amanhã será diferente. um dia chove, outro dia o sol aquece a alma, fazendo acreditar que tudo ficará bem.
e fica. mas leva tempo.
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